Projeto ‘Batuque de Dentro’ apresenta resultados nas ações de prevenção à Covid-19

São Luís, 11 de março de 2021 – “Por meio de ações presenciais, divulgações em redes sociais e em meios de comunicação, ultrapassamos a meta inicial de alcance da população impactada diretamente pelas atividades propostas, com mais de 55 mil pessoas sensibilizadas”. Irmão Roque Kasmirski, diretor operacional do Centro Educacional e Social São José Operário (Cesjo), comenta um dos resultados alcançados do projeto Batuque de Dentro: juntos pelo autocuidado, no estado do Maranhão, voltado aos cuidados com a saúde, em que adolescentes e jovens usam suas articulações para ajudar na propagação de informações confiáveis de prevenção à Covid-19 em suas comunidades de origem.

O projeto é fruto da parceria entre o Fundo da Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Centro Educacional e Social São José Operário (Cesjo), a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão (Fetaema), secretarias municipais das cidades priorizadas, organizações sociais, religiosas e comunitárias, e os próprios coletivos e grupos de adolescentes e jovens.

Nessa edição do projeto, 62 jovens, dos quais 67,7% foram representados por mulheres, atuaram como mobilizadores ou apoiadores das ações nos municípios de Barra do Corda, Bom Jesus das Selvas, Caxias, Colinas, Fernando Falcão, Grajaú, Lago Verde, Pinheiro, São Benedito do Rio Preto, São Luís, São José do Ribamar, Senador Alexandre Costa e Zé Doca, que são locais prioritários para ações do Programa de Apoio ao Controle e Prevenção da Covid-19 do UNICEF, definidos por meio do cruzamento de critérios e indicadores considerados chave para um enfrentamento do avanço do coronavírus no Maranhão.

“O Batuque de Dentro é a resposta estratégica para uma proteção coletiva nas comunidades vulneráveis. Os jovens se associam, se organizam, participam de grupos, realizam atividades de engajamento e de alerta nas comunidades mais frágeis e nas áreas onde as pessoas circulam nas cidades priorizadas, e chamam atenção de todos para aquilo que não podemos esquecer: é preciso continuar mantendo distanciamento social, é necessário seguir higienizando as mãos, é essencial prosseguir com o uso da máscara. Se sentir sintomas, é importante procurar os serviços públicos de assistência disponíveis no município. E é fundamental que todos cuidem da própria comunidade, das suas crianças, dos seus idosos, das pessoas mais frágeis”, ressalta Ofélia Silva, chefe do escritório do UNICEF no Maranhão.

Os mobilizadores do projeto fomentam conhecimentos sobre autocuidado e proteção à Covid-19 nos grupos populacionais específicos, como equipes escolares, profissionais de atenção primária em saúde, equipes do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), conselheiros tutelares, mães e gestantes, população assistente de atividades religiosas em paróquias, templos e terreiros, população que trabalha e circula em rodoviárias e portos, e os próprios adolescentes e jovens dos municípios priorizados. Essa troca de aprendizado ocorre tanto sobre cuidados básicos de higiene quanto sobre saúde mental.

Domingos Júnior, 27 anos, é mobilizador do Batuque de Dentro no município de Caxias e relata sua experiência desde o início do projeto. “Todo esse processo de construção ocasionou que eu entendesse a importância do diálogo, tivesse um novo olhar de como a coletividade pode fazer um projeto dar certo e como essa rede de jovens é importante para que possamos nos conectar e trocar informações seguras sobre a pandemia para também levá-las às pessoas que não têm acesso no município”, confirma.

Já na macrorregião da Cidade Operária, no bairro Jeriparana, em São Luís, a mobilizadora Juliana Mota, 25, conta sobre sua vivência no projeto. “Fico emocionada ao falar sobre o Batuque de Dentro porque é uma iniciativa nova em uma situação atípica. Ele é um desafio também, pois sua construção foi realizada com a nossa contribuição, ou seja, pela juventude. Então, o projeto surgiu como uma proposta de fazer com que os jovens saíssem um pouco desse isolamento, de maneira segura, para ajudar pessoas dentro da nossa comunidade com informações relacionadas à Covid-19”, explica.

O Cesjo, responsável pela execução do projeto, recebe semanalmente o cronograma das ações enviadas pelos municípios. Durante a distribuição de máscaras, álcool em gel e kits de higiene bucal foram beneficiadas 8.800 pessoas, entre crianças, jovens e adultos, que estão divididos nos municípios atendidos pela iniciativa. Nas rodas de conversa feitas pelo Batuque de Dentro, dezenas de jovens e adolescentes participaram das discussões dos temas sobre educação, protagonismo juvenil, saúde, violência familiar e contra mulher, entre outros, que foram adaptados à pandemia.

Ao longo das ações, os mobilizadores utilizaram materiais de comunicação do projeto como banners, faixas, panfletos, ventarolas. Eles usaram como ferramentas para divulgação no decorrer das rodas de conversas, panfletagem, articulação com as unidades essenciais de saúde, assistência social, etc.

Jeová de Oliveira Goes, secretário de Juventude da Fetaema, conta sobre a parceria com o UNICEF por meio do projeto Batuque de Dentro. “Nós estivemos em povoados, em assentamentos, a áreas que não imaginávamos que chegaríamos, e isso foi possível por meio do empenho e dedicação de todos os envolvidos nessa parceria que contou ainda com a presença da juventude. Os jovens levaram essa mobilização e a dinâmica às comunidades rurais. Esse projeto é de grande avanço no estado e desejamos que a parceria com o UNICEF seja por longas datas”, ratifica.

O Batuque de Dentro segue realizando ações nos municípios do Maranhão. Segundo Ofélia Silva, “UNICEF, Sedihpop, Cesjo e Fetaema continuarão desenvolvendo atividades com outros parceiros, ampliando assim a escala do trabalho e alcançando mais pessoas por meio do projeto Batuque de Dentro, que é um convite à mobilização e ao engajamento de todas as instituições de uma localidade, de uma municipalidade, de um bairro, para que todos se engajem no processo de proteção e  acolhimento coletivo”, conclui.